Será que a Democracia é mesmo boa para nós?

feriado-15-novembro

 

Vivemos tempos de transição extrema, em que todas as instituições que formam os três pilares dos Poderes constituídos –  Executivo, Legislativo e Judiciário –  são objeto de profundos questionamentos quanto à sua idoneidade, credibilidade, eficiência, ética e tudo o mais.

Alguns desses questionamentos, é verdade, não passam de meros inconformismos tomados pela passionalidade que aflorou em nossa latinidade, além do que se considera já natural e, agora, temos que achar algum culpado pelo que se nos está acontecendo.

Mas, cá entre nós, a grande verdade é que estamos entendendo cada vez menos sobre a tal ‘harmonia’ entre os tais Poderes, e achamos que o atual herói, o Juiz Sergio Moro, seria competente para solucionar os delitos e crimes de toda e qualquer espécie, no Brasil todo.

Também chegamos a ver comentários sobre a utilidade dos membros dos mais diversos órgãos legislativos em todas as esferas (municipal, estadual e federal) e poucos entendem a finalidade do sistema bicameral existente no Brasil, em que se tem a Câmara de Deputados e o Senado Federal, quanto mais as regras que se utiliza para a eleição: coeficiente eleitoral, votos válidos, sobra, voto em coligação, coligação majoritária e proporcional, etc.

Tudo isso vai nos afastando do que é a nossa essência: um Estado Democrático de Direito, porque as entrelinhas das normas, as exceções às regras, as facilidades, as garantias democráticas que foram desvirtuadas para privilégios são tantas, que não se consegue mais enxergar a representatividade da sociedade no sistema político que está colocado.

Então a nossa reflexão que fica é para que todos voltem a se interessar, de fato, pela política como fator de convivência e destino da vida em comum e de desenvolvimento da sociedade,  e para que se suplantem verdadeiramente os interesses particulares em favor da coletividade para que se encontrem novos caminhos para a nossa tão celebrada Democracia que,  dita jovem, como de fato é, está para morrer precocemente, de inanição, de maus-tratos, de abandono, de violência doméstica, eis que praticada pelos seus entes mais próximos.